Paulo Franke

08 janeiro, 2013

Para Cinéfilos: os 70 anos de CASABLANCA


O que comentar sobre o filme Casablanca? 

Aproveito-me do que Wikipédia tão bem comenta sobre ele:


Casablanca é um filme norte-americano de 1942 dirigido por Michael Curtiz. O filme conta um drama romântico na cidade marroquina de Casablanca sob o controle do da França de Vichy. O filme é baseado na peça Everybody Comes To Rick's ("todo mundo vem ao café de Rick") de Murray Burnett e Joan Alison. As estrelas Humphrey Bogart no papel de Rick Blaine e Ingrid Bergman como Ilsa Lund. O desenvolvimento do filme centra-se sobre o conflito de Rick, nas palavras de um personagem, o amor e a virtude: Rick deve escolher entre sua amada Ilsa fazendo a coisa certa. Seu dilema é ajudar ou não Ilsa a escapar de Casablanca com seu marido Victor Lazlo, um dos líderes da resistência Tcheca, de modo que ele possa continuar sua luta contra os nazistas .
Considerado como um dos maiores filmes da história do cinema americano, ganhou vários Oscar da Academia, incluindo o de melhor filme em 1943 . Casablanca teve uma grande estréia, mas não espetacular, entretanto, ganhou popularidade com o passar do tempo e esteve sempre nas listas dos dez melhores filmes. A crítica elogiou a performance carismática de Bogart e Bergman e a química entre eles, junto à profundidade das caracterizações , a intensidade da direção , a sagacidade do roteiro e do impacto emocional do trabalho como um todo.

Mas também ocorre-me dizer algo a respeito deste clássico:

O início dos anos 40 sempre me chama a atenção, histórica ou mesmo "cinematograficamente", e a razão é simples: nasci em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial. Tenho até cópia do jornal de Pelotas-RS do dia 6 de outubro de 1943, e as manchetes eram exatamente sobre a guerra na Europa.


Nunca fui grande fã do noir Casablanca - que ganhou diversos Oscars no ano em que nasci - mas há alguns Natais, recebendo de presente de amigos o seu DVD, assisti-o em casa calmamente e fui gostando mais e mais a ponto de, de quando em quando, assisti-lo nestes dias de "aposentado".


Casablanca, como cidade marroquina, me faz lembrar da minha primeira vinda à Europa, em 1973, para estudar em um Colégio para Oficiais (ICO) em Londres. Naturalmente eu ansiava pelo dia da viagem, já marcada pela Lufthansa, com escala... em Casablanca, e oportunidade de passar horas na cidade antes de prosseguir a Frankfurt-am-Main. No entando, o roteiro foi mudado e fizemos escala em Dakar, com breves horas no aeroporto da capital do Senegal.


Outro momento do filme que me chama a atenção são as cenas finais, quando aparece o avião bimotor Beechcraft, da Lockhead (?). Exatamente em um avião como aquele voei pela primeira vez na vida, do Rio de Janeiro a Barbacena-MG, e através de uma carona inusitada ("A Barbacena?" - perguntou-me o piloto da FAB - "estamos indo para lá, quer ir conosco?"), aventura inesquecível ! Então, ao finalizar o filme, prendo-me mais à observação do bimotor no meio do nevoeiro do que à própria despedida de Humphrey Bogard e Ingrid Bergmann.




Sobre Casablanca ouvi pela TV que Bogart usava plataforma nos sapatos quando contracenava com Ingrid Bergmann, mais alta do que ele. A sueca Ingrid, comentou um diretor, tinha sotaque forte em cada idioma que falava. Isso por certo não atrapalhou o seu sucesso e pode ser considerada uma das maiores atrizes que Hollywood já teve. Humphrey enerva-me um pouco em cada filme a que assisto, pois o cigarro é praticamente uma extensão de seus dedos e a fumaça o envolve quase sempre, de todos os lados. Eram os tempos em que fumar nos filmes promovia e divulgava as milionárias companhias fabricantes de cigarros, em detrimento da saúde dos atores. Bogart morreu jovem de problemas pulmonares pelo vício do cigarro, li.

Assim, conheci Casablanca somente do cenário do filme, montado nos estúdios da Warner Bros., um dos estúdios que infelizmente não visitei ou sequer passei diante na minha única e sempre lembrada visita a Hollywood, em 1982.

Interessante que o filme, que comemorou em 2012 os seus 70 anos, parece ser sempre manchete, como, por exemplo, a venda do célebre piano em um recente leilão:







Já se sabe quem conseguiu comprar o piano do filme "Casablanca", de Michael Curtiz. O actor Leonardo DiCaprio, em parceria com o filantropo Stewart Rahr, adquiriu o objecto por 455 mil euros no leilão realizado a 14 de Dezembro, escolhido pela Sotheby’s para marcar o 70º aniversário do lançamento do filme.
A leiloeira esperava atingir a quantia de um milhão de dólares com a venda, mas o valor ficou aquém do esperado. O actor deverá ceder a peça ao Museu de Artes de Los Angeles.

(c) PNN Portuguese News Network

E assim, a bela música-tema de Casablanca, "As time goes by", que traduzido significa "Com o passar do tempo", confirma o que tem acontecido com o filme, um sucesso constante, ainda mais nestes tempos em que filmes noir antigos são curtidos por pessoas de todas as idades, particularmente pelos que, igual a mim, os ligam à infância e juventude, que se foram com o passar do tempo.

3 Comments:

  • Que delícia ler suas belas palavras sobre suas experiências e ligação com CASABLANCA. Também passei a gostar depois de ter visto pela terceira , quarta vez. Eu tinha certo preconceito contra finais que não são felizes e melosos. Mas entendi que não caberia outro fim afinal. Quer dizer que o Leo de Caprio arrematou o piano? Prova que ele valoriza o cinema antigo. embre que fez "O AVIADOR". Paulo querido fico feliz sempre que fala de cinema, porque tens uma intimidade natural com isso. Beijos beijos __:)

    By Blogger siby13, at quarta-feira, janeiro 09, 2013 12:42:00 AM  

  • Linda postagem meu amigo, este filme é um clássico e merece ser visto por todos pelo menos uma vez.
    Além da música que é Maravilhosa!

    By Anonymous evelize volpi, at quinta-feira, janeiro 24, 2013 3:58:00 PM  

  • Lendo seu artigo despertou o desejo de assistir esse filme. Obrigado pela postagem.

    By Anonymous Eliel, at quinta-feira, fevereiro 11, 2016 3:25:00 AM  

Postar um comentário

<< Home